GICHEONMUN (기천문)
Silêncio, montanha e permanência.

O Gicheonmun não se apresenta com alarde. Não grita por espaço, nem disputa protagonismo entre as artes marciais coreanas.
Ele espera. Respira. Sustenta.
É, talvez, a mais silenciosa entre todas — e por isso, a mais profunda!
Pouco conhecida fora da Coreia, essa prática ancestral se manteve viva longe dos centros urbanos, preservada por pequenos grupos, monges, estudiosos e praticantes que enxergavam na arte mais do que combate: viam nela permanência!
Praticada, até hoje, nas montanhas de Gyeryongsan e em refúgios da natureza, o Gicheonmun é mais que uma arte marcial.
É um tratado sobre o corpo em estado de escuta.
É uma filosofia que se escreve com posturas.
É o ar que entra e sai, guiando o gesto — não com pressa, mas com propósito.

Sua estrutura se apoia em três pilares essenciais:
Jeong Beop (정법): posturas estáticas que constroem alicerces internos
Dong Beop (동법): movimentos vivos, que conduzem energia e intenção
Shim Beop (심법): educação mental, onde o treino atravessa o físico e alcança o espírito

Há quem compare a prática do Gicheonmun ao Qigong.
Mas ele é mais bruto. Mais cru. Mais orgânico.
É respiração que fortalece ossos!
É silêncio que lapida músculos!
É um tempo que não cabe na pressa moderna.
A história dessa arte no Ocidente se confunde com a trajetória do GM Luiz Miele, o primeiro não-coreano a estudar e sistematizar o Gicheonmun fora da Ásia.
Discípulo direto de Cho Seoung-ho — que por sua vez é aluno de Pak Sa-kyu, referência lendária da linhagem — Miele trouxe da Coreia não apenas técnicas, mas valores que atravessam gerações!
No Brasil, sua escola Cheon Hak tornou-se a semente de um legado vivo.
No MUSULDO, o Gicheonmun não é encaixado à força. Ele permeia tudo.
Está nas bases respiratórias de cada arte.
Nos aquecimentos que têm intenção.
Na ideia de que aprender a cair também é aprender a permanecer.
Não é uma arte para quem busca troféus.
É para quem busca raiz!
Aqui, ele é tratado como o que realmente é:
uma arte de dentro pra fora!
De cima pra baixo!
Do sutil para o essencial!
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