HAPKIDO (합기도)
Uma arte fragmentada. Um sistema a ser reconstruído.
Hapkido não é um nome próprio — é uma ideia, uma expressão da língua coreana composta por três sílabas:
합 (hap) = união, 기 (ki) = energia, 도 (do) = caminho.
Juntas, elas descrevem não um estilo, mas uma intenção.
No Ocidente, a romanização da palavra ganhou força, mas perdeu profundidade. O termo se espalhou sem que seu significado fosse plenamente compreendido — nem no som, nem na prática.
O que hoje se chama de Hapkido nasceu num momento delicado da história coreana: o pós-ocupação japonesa. Nesse período, uma série de tradições marciais se reorganizaram em busca de identidade nacional. A partir das técnicas do Aikijujutsu japonês, trazidas à Coreia por Choi Yong-sul, formou-se um novo corpo técnico, adaptado à linguagem local, com variações como Hapkiyusul e, posteriormente, Hapkido.
Mas o que poderia ter sido consolidado como um sistema coeso, rapidamente se fragmentou.
A ausência de documentação precisa, somada ao surgimento de múltiplas escolas e lideranças regionais, gerou um cenário de versões paralelas.
Cada linhagem passou a contar sua própria origem.
Cada mestre, a ensinar um “Hapkido” diferente.
A ausência de documentação precisa, somada ao surgimento de múltiplas escolas e lideranças regionais, gerou um cenário de versões paralelas.
Cada linhagem passou a contar sua própria origem.
Cada mestre, a ensinar um “Hapkido” diferente.
A consequência disso foi a diluição da arte:
O que era método se tornou espetáculo.
O que era refinamento virou performance.
O que era princípio passou a ser protocolo vazio.
Hoje, o termo “Hapkido” é usado indiscriminadamente para descrever uma infinidade de estilos, misturas e variações — muitas vezes sem qualquer compromisso com as raízes técnicas, conceituais ou filosóficas da proposta original.
Diante desse cenário, o projeto MUSULDO, ancorado na tradição e no rigor da escola Cheon Hak, propõe uma abordagem diferente.
Aqui, o Hapkido é estudado como ciência do movimento, com base em pesquisas históricas, análise comparativa de linhagens e observação prática das técnicas funcionais.
A reconstrução passa por três pilares:
A reconstrução passa por três pilares:
Rastreamento técnico das origens, sem romantizações ou distorções nacionalistas;
Alinhamento conceitual com os princípios do Aikijujutsu e das matrizes orientais;
Atualização pedagógica, para formar praticantes conscientes — não apenas executores de padrões.
No MUSULDO, o Hapkido não é uma coreografia marcial.
É um campo de estudo.
É uma linguagem viva, que conecta articulação, respiração, tempo e intenção.
É uma arte que não se basta na tradição — mas também não a ignora!
É um campo de estudo.
É uma linguagem viva, que conecta articulação, respiração, tempo e intenção.
É uma arte que não se basta na tradição — mas também não a ignora!
A proposta é clara:
resgatar a essência técnica e ética do Hapkido, e devolvê-la ao lugar de onde nunca deveria ter saído — o da verdade no corpo.
resgatar a essência técnica e ética do Hapkido, e devolvê-la ao lugar de onde nunca deveria ter saído — o da verdade no corpo.