Nascido em 1974, em São Paulo, o Mestre Claudio Fauza iniciou sua jornada nas artes marciais em 1981, no Judô do Clube Esperia.
Absolutamente apaixonado por artes marciais, influenciado obviamente pelo cinema chinês da época, sempre buscava cada vez mais as performances que despertaram seu imaginário lúdico que observava nos filmes.
Pouco tempo depois migrou para o Caratê, até que em 1988 descobriu o Hapkido e se encantou com essa arte marcial tão interessante e pouco conhecida na época.
Passou a se dedicar exclusivamente ao Hapkido, e se graduou faixa preta 1º Dan em dezembro de 1991, pelo GM Kim Jong-man, representante oficial da International Hapkido Federation - entidade fundada e presidida pelo GM Myung Jae-nam.
Logo em 1992, iniciou os estudos em Taekwondo e Aikido.
Percebeu na época que estava faltando algo e buscou nas semelhanças que essas duas artes marciais tinham com o Hapkido, conexões e estruturação.

“Já naquela época, eu percebia que o Hapkido era segregado. Havia algo errado em relação à sua estrutura. Mesmo na época havendo poucas escolas - todo mundo se conhecia - poucas falavam a mesma língua. Isso me incomodava. Foi então que decidi buscar mais informações no Taekwondo e no Aikido. Naquele tempo, eu achava que as técnicas de chutes do Hapkido eram oriundas do Taekwondo e por sua vez, as técnicas de imobilizações poderiam vir do Aikido, já que as técnicas de imobilizações eram idênticas.”

Durante um bom tempo, traçou um paralelo entre as três artes marciais quase gerando uma fusão.
Ainda na década de 1990, o Hankido começou a se fortalecer em seus treinamentos. E com isso, mais informações e mais dúvidas surgiam.
Já não bastavam apenas o Taekwondo, o Aikido e o próprio Hapkido…muita coisa não se encaixava.
Ouvindo “historias” sobre as origens do Hapkido e Taekwondo, conceitos e formatos não batiam.
Iniciou um trabalho de pesquisa sobre as artes marciais coreanas e buscou se aproximar da maior referência do assunto no Brasil, o GM Luiz Miele.
Foi então que em 1999 se tornou definitivamente discípulo do GM Miele, onde possuem um forte relacionamento até hoje.
Com o incentivo de pesquisar cada vez mais, o Mestre Claudio Fauza sempre buscou estudar e praticar diversas artes marciais.

“Fui entendendo que as artes marciais são conectadas. Se falarmos de Ásia Oriental, as técnicas das artes marciais modernas são diferenciadas apenas por seus organizadores e não por suas técnicas. Costumo dizer que as pessoas não treinam técnicas, mas se identificam com os pensamentos e ideais de seus fundadores…por exemplo; quem treina Aikido não está apenas treinando ou estudando suas técnicas, mas sim está se alimentando de informações, preceitos e orientações formatadas por Morihei Ueshiba, pois todas as técnicas encontradas no Aikido, também são encontradas em outras artes marciais japonesas, chinesas e obviamente coreanas. As pessoas treinam e praticam aquilo que se identificam e não necessariamente as técnicas, mas sim suas propostas filosóficas e comportamentais.”

Os estudos e as pesquisas sobre as artes marciais trouxeram ao Mestre Claudio Fauza um grande dilema.
No início dos anos 2000, próximo do fim da primeira década, as informações compiladas sobre a origem do Hapkido e das demais artes marciais coreanas, trouxeram ao Mestre uma sensação de vazio… Um momento delicado onde a paixão e decepção se confundiam. Um momento de angústia que quase o fez abandonar as artes marciais coreanas. A desilusão com as entidades coreanas, com os mestres coreanos, dentre outros fatores, atestava que as artes coreanas não passavam de "invenções e picaretagem".
Entretanto ele optou em ir mais longe com o assunto e resolveu se dedicar cada vez mais nas pesquisas e nos treinos pessoais, buscando uma evolução dupla: prática e intelectual.
Isso foi um divisor de águas!

“Naquele momento eu estava angustiado. Eu passei mais de uma década alimentando e perpetuando informações que não eram verdadeiras. Eu não podia fazer mais isso! Eu sempre gostei de ensinar! Eu amo ensinar! Aprendo muito mais ensinando do que treinando… Mas não podia mais divulgar algo que eu não acreditava. Então resolvi aprender mais e mais sobre a cultura coreana, a cultura japonesa e a cultura chinesa para entender melhor todo contexto sobre as mentiras contadas pelos coreanos. Com isso, eu não descobri apenas as conexões históricas e antropológicas como também as conexões técnicas! E isso mudou minha vida!
E acabei descobrindo que japoneses e chineses também mentiram MUITO sobre suas artes marciais…kkkkk”

Com as informações compiladas durante anos, percebeu que as piores mentiras envolvendo as artes marciais coreanas estavam nos seus principais representantes fora da Coréia.
Dessa forma, junto com o seu Mestre, teve a oportunidade de viajar para a Coréia do Sul para conhecer e estudar com mestres gabaritados de diferentes linhagens e escolas de Hapkido, além do Hankido e Gicheon.
Nessa oportunidade, Mestre Claudio Fauza teve contato com diversos estilos de Hapkido e pode conversar e absorver informações importantíssimas sobre a cultura, origem e ligações dessa arte marcial.

“Essa viagem para a Coréia foi uma revelação! Fomos com o objetivo de buscar informações preciosas! Foi a 8ª ida do GM Luiz Miele para a Coréia do Sul e fui com ele. Fomos em quatro pessoas. Nosso objetivo era registrar o máximo de informações possíveis, estudar vertentes distintas do Hapkido e buscar esclarecimentos sobre os mestres que vieram para o Brasil. Foram muitas informações bem interessantes!! Kkkkk
Aproveitamos também para atualizar informações e técnicas da Hankimuye e nos conectarmos ainda mais com a comunidade do Gicheon.”

Atualmente, o Mestre Claudio Fauza visa o aperfeiçoamento técnico de outros professores e mestres.
Detentor de títulos e honrarias de varias entidades coreanas, atualmente é Vice Diretor Técnico da Korea Jonsu Hapkido, entidade coreana que divulga o Hapkido de uma forma mais "realista" e contemporânea.
Graduado 6º Dan pela escola Cheon Hak, do GM Luiz Miele, se dedica a desenvolver as artes marciais coreanas de uma forma ampla e abrangente.

“Hoje encaro as artes marciais de uma forma diferente, sem paternalismo. Acreditar que uma modalidade X é superior a uma Y, é pura ingenuidade. Não podemos jamais esquecer do indivíduo, pois ele é o vetor da disciplina. O Hapkido não é o criador das imobilizações, como o Boxe não é o criador do soco, assim como o Judô das projeções. Todas essas técnicas existem e existiram concomitantemente pelo mundo! O ser humano é único e possui a mesma ferramenta! Como meu Mestre diz, somos hardware e software! O hardware é o mesmo, seja na Ásia, na Europa, na África ou nas Américas. As dificuldades e necessidades humanas sempre foram as mesmas e em cada região do planeta. O que acredito é que cada arte marcial tem sua proposta e precisa ser compreendida."
Claudio Fauza
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