Entre o fim da década de 1970 e início da década de 1980, um grande artista marcial coreano iniciou um trabalho para organizar uma arte marcial legitimamente coreana, ou seja, uma arte marcial que tivesse a força do povo coreano e identidades regionais que fossem caracterizadas como nacionais.
Myung Jae-nam, Grão Mestre em Hapkido, foi considerado um dos maiores artistas marciais do século XX em seu país. Detentor de títulos e honrarias oficiais, GM Myung também foi o principal fomentador do Aikido na Coréia do Sul, sendo um representante oficial da Aikikai.
Artista marcial dedicado e muito estudioso, queria unificar tecnicamente as escolas de Hapkido, mas não conseguiu.
Anti isso, resolveu então aprimorar sua própria escola com objetivo de organizar uma arte marcial mais enxuta, porém mais rica tecnicamente.
Sintetizou técnicas do Hapkido e trouxe do Aikido princípios técnicos da circularidade que deram mais dinamismo em suas técnicas.
Inicialmente, esse projeto era conhecido em sua escola como HapkiMuyeDo, uma espécie de conexão com a raiz da cultura marcial em sua proposta técnica, prática e filosófica.
Na década de 1990 foi então que o GM Myung, ao “concluir" seu projeto, batizou essa nova estrutura como HANKIDO, homenageando a nação coreana com o próprio nome da arte, pois HAN trás consigo o significado da Grande Nação Coreana.
A estrutura do Hankido é formada basicamente de 12 movimentações técnicas, explorando os princípios básicos de Circularidade, Harmonia e Fluidez que se somam ou se complementam ao longo da prática, tornando-se uma arte marcial muito coesa em sua proposta.
Após o falecimento do GM Myung Jae-nam, em 1999, o Hankido continuou a ser desenvolvido e aperfeiçoado por seu principal discípulo, o GM Ko Baek-yong.
Artista marcial excepcional, conhecido e respeitado em todo seu país, GM Ko Baek dedicou toda sua vida ao projeto de seu Mestre e aprimorou a arte marcial idealizada por ele.
Em 2014 fundou sua própria organização, a World Hankimuye Federation, com intuito de fortalecer seu trabalho frente ao seu próprio país e principalmente no exterior, onde escolas e grandes artistas marciais estão conectados aos seus princípios e valores marciais.
Em 2017, após o falecimento do GM Ko Baek-yong, sua organização passou a ser liderada por seu grande amigo, o GM Yang Yong-seok, juntamente com o seu filho Ko Se-hwan, que assumiu a liderança técnica da federação.
No Brasil, o contato com o Hankido iniciou-se antes mesmo da sua formatação oficial, no final da década de 1980 e nos anos seguinte foi se estreitando e amadurecendo com as idas do GM Luiz Miele para a Coréia, onde tornou-se discípulo direto do GM Ko Baek-yong, construindo um relacionamento respeitoso e muito afetuoso.
O trabalho do Hankido no Brasil pela escola Cheon Hak vai muito além do conceito técnico, pois explora muito seus benefícios práticos para uma melhora da qualidade de vida das pessoas que buscam um caminho de orientação física pela prática de artes marciais, sem a necessidade de se tornarem artistas marciais.
Em paralelo, o Mestre Claudio Fauza busca estruturar e ampliar a conexão de técnicas marciais explorando ao máximo as técnicas do Hankido, agregando à outras modalidades conceitos e princípios valiosos para suas evoluções.